8 dicas para divulgar sua música sem burnout

Como divulgar música foi o assunto que ficou em primeiro lugar em uma pesquisa informal que realizei entre amigos músicos. Segundo eles, esse é o tema mais importante e difícil para quem tem carreira autoral, pelo menos na minha bolha.

Por pesquisa informal, entenda-se, enviei a eles a seguinte pergunta por WhatsApp: qual é a maior dificuldade do seu trabalho musical, no que diz respeito ao Marketing Digital?

Quase todo mundo respondeu alguma coisa relacionada a como conseguir público, divulgação de música, como divulgar música no Spotify, como criar anúncios no Instagram e no YouTube e por aí vai.

Essa também é a sua dor? Então segue a leitura pra gente trocar algumas experiências.

1. Não ache que já sabe as respostas (faça testes)

Confesso que achei esse retorno dos meus amigos meio genérico. Esperava ouvir dúvidas mais direcionadas: como criar anúncios de vídeo, como aumentar o engajamento no YouTube, como ter mais conversão em campanhas de mídia paga etc.

Esse tipo de coisa é o que acontece quando a gente pergunta alguma coisa achando que já sabe a resposta.

Abaixo, você encontra algumas reflexões que fiz desde então. Elas se basearam na conversa com esses profissionais, mas também em experiências minhas na música e no Marketing Digital.

Se você não leu o texto do Fagulha Criativa em que eu me apresento, sabe que já trabalhei com o Marketing Digital de outros artistas. Hoje, faço apenas o dos meus próprios projetos, e tenho um emprego no marketing fora da área musical.

⚠️ Então, é bom deixar aqui um aviso: ⚠️ não tome tudo que eu disser como verdade imutável. Sucesso no marketing tem muito mais a ver com estratégia e testes do que com fórmulas mágicas.

2. Saiba o que é público

Parece idiota supor que você não sabe o que é público, mas não é. O conceito varia conforme o seu modelo de negócios enquanto artista. Essa talvez seja a regra básica da Economia Criativa.

Se você ganha dinheiro fazendo shows, por exemplo, público é apenas quem vai sair de casa e pagar pra escutar sua música.

Tem gente que nunca vai fazer isso, mas pode ouvir você obsessivamente no Spotify ou YouTube, bombando aquela grana que as plataformas de streaming pagam a você.

(Aquela grana enooooooorme, sabe? Alerta de ironia.)

Os dois tipos de público importam, mas não necessariamente são as mesmas pessoas. Então, é preciso ter uma estratégia que contemple diversos canais, não apenas os que estão nas redes sociais.

Hoje em dia, fala-se em estratégias de marketing onlife, sendo que esse termo mistura online e offline. Você precisa estar presente no dia a dia do seu público, e não apenas em uma timeline.

Sim, eu sei que isso não é simples. Mas vejamos como a gente pode dar uma melhorada na comunicação com o público sem ser chato, repetitivo ou sem se matar de tanto trabalhar.

3. Repense a forma como você usa o Instagram

Eu sei que você pensou no Instagram.

Não encontrei nenhuma pesquisa que comprove isso, mas a rede social dos biscoitos deve ser mesmo a preferida dos músicos.

O problema é que certas verdades são fáceis de descobrir, mas duras de engolir. Se você não for famoso, vai precisar trabalhar de graça pros simpáticos executivos do Vale do Silício, criando conteúdo.

E esse conteúdo atinge um percentual muito pequeno dos seus seguidores.

Qualquer afirmação sobre a média dessa porcentagem é uma suposição. Esses dados não são revelados oficialmente pelo Insta e, na real, variam segundo critérios como frequência, número de seguidores, engajamento da sua conta e outros.

Mas de uma coisa você já sabe: ele é baixo.

4. Entenda como funcionam as conversões

Existe um processo muito, muito importante no marketing digital que se chama conversão. Basicamente, trata-se de uma ação que você gostaria que alguém executasse em um conteúdo ou página.

Por exemplo, se você faz um post anunciando um produto e alguém clica no botão “comprar”, a gente diz que essa pessoa “converteu”. Acessar um link de Stories para ouvir sua música no Spotify também pode ser considerado uma conversão.

E quando o assunto são conversões, o Instagram é uma rede social ridiculamente ruim.

Apenas para conseguir fazer com que um link seja publicável nos seus Stories, até pouco tempo atrás, você precisava ter 10 mil seguidores. Não há botões nem links clicáveis no Feed ou Reels.

Só dá pra fazer isso na sua bio (o que, convenhamos, é uma gambiarra) e impulsionando conteúdo pago. Péssimo, né?

Também, pudera.

O que a Meta e todas as redes sociais mais prezam é por mais gente passando mais tempo na plataforma. Porque iriam dar espaço para um clique que leva alguém para o Spotify ou a Sympla?

Mas calma, que pra tudo na vida tem jeito.

5. Saiba como divulgar música no Instagram

De forma geral, só dá pra ter muito alcance no Insta pagando anúncios ou publicando com uma frequência absurdamente alta (algo como duas vezes por dia e, ainda assim, com uma ótima curadoria de conteúdo).

A não ser em raras exceções, não deve ser algo condizente com as possibilidades financeiras e de tempo dos meus leitores.

Seja como for, pense no Insta da seguinte maneira:

  • Os Reels são a melhor maneira de conseguir novos seguidores, em segundo vêm os Carrosséis;
  • Os Stories se prestam melhor ao relacionamento com quem já segue você.

Se fizer um bom trabalho nessas duas frentes, já é um bom começo.

Quanto a postar imagens estáticas, já não faz nem cócegas mais. Francamente, ninguém sabe por que esse formato ainda existe na plataforma. Alô, Zuckerberg!

6. Saiba como divulgar música no TikTok

Pelas semelhanças do Reels com o TikTok, as pessoas imaginam que as oportunidades para músicos são as mesmas nas duas plataformas.

Com base na minha experiência, posso dizer que não é bem assim.

A rede social da Meta não dá tanto destaque à música em seu conteúdo quanto a concorrente chinesa. No TikTok, você pode criar e participar de desafios, duetos e usar músicas que são tendência para se promover.

Por outro lado, a comunicação com os fãs é algo que funciona melhor no Instagram. Isso se deve, principalmente, ao formato Carrossel, que pode ser muito facilmente adaptado para texto.

Além disso, o TikTok não tem uma estrutura de anúncios tão sofisticada quanto a do Insta (pelo menos por enquanto).

Recomendo usar o TikTok apenas para alcance. Nesse quesito, ele é muito melhor que o Instagram, por causa do seu algoritmo, que faz um ótimo trabalho ao não restringir o conteúdo apenas aos seguidores.

7. Saiba como divulgar música no YouTube

A plataforma de vídeos mais usada do mundo é muito menos limitada tecnicamente que o Instagram. No entanto, no que diz respeito à necessidade de frequência de conteúdo, não é muito diferente.

Tem que ser consistente e trabalhar à beira do burnout. Não dá, né?

No entanto, o tráfego pago do YouTube sai muito mais barato. Eu recomendo que você explore o potencial desse impulsionamento. Ao lançar clipes ou visualizers, diria que os anúncios são indispensáveis para quem quer ser relevante.

Com boas campanhas, é possível conseguir custos por visualização de cerca de 3 centavos na plataforma.

8. Precisamos falar sobre o e-mail

Conseguir o e-mail das pessoas dá um certo trabalho, é verdade.

Mas não é nada de outro mundo. Por exemplo, que tal um desconto na entrada do show para quem preencher um pequeno questionário com os dados básicos?

Ah, e só pra saber, você consegue acesso ao e–mail de todo mundo que comprou um ingresso pro seu show no Sympla. Exporte essa lista e suba para a sua ferramenta de e-mails favorita (eu recomendo o Mailchimp, que tem uma conta básica gratuita).

O e-mail tem uma enorme vantagem sobre seus outros canais de comunicação com o público. Embora nem todo mundo use-o assiduamente, o tempo dedicado a cada mensagem é muito maior que o das redes sociais.

Ou seja, em alguns casos, consegue-se algo raro hoje em dia: a comunicação de um para um com um grau elevado de foco de quem lê.

A verdade é que quase nenhum artista que eu conheço usa e-mail para divulgar seus trabalhos, o que é um grande desperdício.

Com certeza não é algo que vai mudar sua carreira da noite para o dia, mas o e-mail marketing traz muito retorno de uma forma relativamente simples e sem custos. Use ferramentas como o Mailchimp, analise os dados das entregas e desenvolva sua própria maneira de fazer, com testes.

Bom, acredito que vou voltar a esse assunto no futuro, mas por ora é isso.

Este artigo não vai resolver sua carreira (e talvez eu fizesse mais sucesso na internet se não fosse tão honesto 🙄). Mas acho que ele pode dar uma ideia geral de como levar uma estratégia de Marketing Musical sem se matar de tanto trabalhar.

É como a gente sempre ouve por aí: cada coisa no seu tempo.

Deixe um comentário aqui embaixo com a sua opinião sobre o assunto. 👇🏻 É sempre interessante ouvir a experiência de outras pessoas. Assim, todo mundo pode se inspirar não em discursos vazios, mas aprendendo a divulgar música  em experiências reais, concorda?

Jardel Rodrim

Músico profissional, também trabalhou na Publicidade e no Marketing Digital. Atua como artista freelancer tocando guitarra, violão e ukulele, além de participar de gravações como arranjador. Criou o Fagulha Criativa para escrever sobre a importância da criatividade para o mercado musical e artístico.

2 comentários em “8 dicas para divulgar sua música sem burnout

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *